terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Foi já há 3 meses...

... que um grupo de amigos se juntou para participar no concurso de curtas-metragens Fast Forward em Braga, no estaleiro cultural Velha-a-Branca.

O concurso é internacional. Realizou-se simultaneamente em Braga, Dublin e Chicago. Foi portanto nos dias 19 e 20 de Outubro passado. A inscrição devia ser feita às 19h do dia 19.
Após a inscrição, que foi conseguida mesmo em cima da hora limite para tal, teriamos um tema tirado à sorte, à volta do qual teriamos de construir um curta-metragem de 3 minutos no máximo e o mais díficil, concluí-la até às 19h do dia 20! O tema ao qual ficamos vinculados foi: "Horário de Trabalho; O horário de trabalho é o tempo todo".
Eramos 5. Apenas o G., que foi quem me deu o toque para meter nisto, tinha experiencia neste tipo de cenas. Um curso de audiovisuais dá sempre jeito. Grande G.! Levamos trouchas e comeres e beberes para a casa do P. em Braga, Rua de Barros perto da U.M. Era já de noite. Entregámo-nos ao destino e começámos o "brainstorming". Mas o que é que se pode fazer com este tema? Como é apanágio, só apareciam ideias mirabulantes e impraticaveis, ou estupidez elefantemente tamanha. E a ligação ao tema foi mesmo muito dificil de estabelecer. A esta distância temporal, acho que ficamos entre as duas... as estupidezes que quisemos enredar em certa medida eram impraticaveis dada a escassez de tempo e de meios. Tinhamos as roupas que traziamos, uma batina minha, utensilios domésticos e um trage académico.
Cerca da 1h da manhã o guião ganhou "paginedo". Não sabiamos bem o que ia sair. Tinhamos de começar a filmar quanto antes.
Acho que ficou um projecto de filme "Caótico-Institucional". Uma empresa oferece serviços de gestão do horário da jornada do comum cidadão. Empresa chamada: WorkTable-Inc. Ou Workthink-Inc. Ou Worktimetable. Acho que sem querer, mesmo inocentemente, cada um de nós na sua interpretação, arranjou um nome diferente para a empresa. Só depois de montado o filme é que o constatamos.
Genericamente, o script era: Entrevista ao dono da empresa, em que ele apresenta os propósitos do seu negócio e em sequência vão entrando relatos de indivíduos que já usufruem dos serviços da empresa manifestando o seu agrado. Caricaturas e 20kg de parvoíce a acompanhar! A ligação com o tema a que estávamos sujeitos ficou tenuamente assegurada por se tratar de uma empresa que gere o HORÁRIO de trabalho e não só das pessoas.
E o leitor deve estar neste momento a pensar: "Isto é estúpido".
Ainda nessa madrugada rodamos na rua a cena do lixeiro, do médico e do arquitecto. Às 5h não podiamos mais. Timeout.

Sábado 20. Sol. Muito. Um calor do caralho. Acordamos tipo 11h. Havia muito que fazer.
Acabamos de rodar a entrevista já perto das 14h. De seguida saímos p'rá rua e fomos fazer a cena do arrumador de carros e a greve do M. Estavam 28ºC às 15h desse dia. Quase em Novembro. Muito Exótico. Adiante.
Última cena a ser filmada foi a do padre. Estava para não ser, mas o G. insistiu.
Tinhamos cerca de 3 horas e meia para montar o filme. Muito stress. Eu estava cansado e todos tinha-mos fome. Então eu, M. e o F. fomos ao Mc buscar uns cheeses em quantidade semi-industrial. Que larica. Desapareceram de mota... parecia que estavamos a comer bolachas.
A montagem acabou por ser mais demorada do que tinhamos pensado.

Uma menção para a obra do F.

Às 19 saímos para entregar o filme. Estavamos muito atrasados. Ainda não o tinhamos gravado. Chegamos à Velha-a-Branca e para nosso alivio ainda havia gente a concluir e a entregar os seus filmes. Ainda deu para corrigir alguns erros detectados tardiamente. Fomos os útimos a entregar e tinhamos os bilhetes para a sessão de visionamento de todos os filmes concorrentes que seria nessa mesma noite no auditório do IPJ.
Com tempo, resolvemos ir jantar ao BragaShopping. Comida pa recompor.
Passaram-se as horas. A ansiedade cresceu.
A sessão estava prevista para as 22:30. Chegamos ao local. Cerca de 300 a 400 pessoas. Sabiamos que tinhamos feito uma masterpiece ou nem por isso. Havia algum receio de sermos esfolados após o visionamento do nosso filme. Tipo, podia haver a interpretação de que tinhamos feito aquilo para de certo modo desrespeitar o concurso e os outros concorrentes. 45 filmes a concurso. O nosso não podia ser o pior carambas... E...
E... não foi. Apesar de ter sido o último a ser apresentado teve algum sucesso. Gargalhadas recompensadoras. O frenesim sentido quando se está numa sala despercebido, e de repente, lá estamos nós no ecrã. Para o mundo. Para a posteridade.
Ainda não sei como é que fizemos isto. É ainda assim uma experiência espectacular. A repetir certamente!


Aí fica o filme:



1 comentário:

Anónimo disse...

Ó-i-ó-ai dá-me guito pó cavalo!
Muito bom. Tu é que pareces que sofres de Alzheimer... Tens ido ao médico?